Os canvas permitem criar de forma rápida, mapas visuais de fases importantes no processo de inovação.
Recentemente o autor Felipe Ost publicou no site Administradores.com.br um artigo super interessante sobre Canvas.
Para quem não sabe, Canvas são quadros de planejamento de gestão à vista que auxiliam gestores e empreendedores nos seus negócios.
Para explicar melhor, estou postando abaixo o artigo do Felipe Ost que trata de forma prática e bem didática os 7 tipos de Canvas que todo empreendedor deve conhecer. Agradeço ao Felipe Ost por este artigo super bacana.
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Durante muito tempo, quem fosse empreender era estimulado a montar um plano de negócios detalhado que pudesse prever todas as variáveis e comportamentos futuros do negócio. Essa era a principal ferramenta de planejamento e execução de quem estava começando um negócio.
Felizmente a abordagem de gestão evoluiu bastante sobre esse tema e hoje o modelo está mais baseado em constantes interações e validações dos produtos inovadores que são criados pelas startups. Essa nova forma de pensar estimulou a criação de uma série de novas ferramentas que simplificam e ajudam muito os empreendedores e os Canvas são uma ótima representação desse novo momento.
Basicamente, um Canvas é um mapa visual que apresenta uma estrutura fixa a ser preenchida visando planejamento, reflexão ou mesmo facilitar a visualização de alguma situação específica. Entre as vantagens de utilizar os Canvas está a velocidade de construção / preenchimento e facilidades de comunicação que eles trazem, além da garantia de que haverá uma relação entre o preenchimento dos blocos que os compõem, já que estão na mesma página lado a lado.
Abaixo apresento alguns dos principais Canvas relacionados que podem ajudar os empreendedores na identificação de oportunidades, planejamento, validação do negócio e execução.
1. Canvas da Jornada do Cliente
Uma boa leitura de como os consumidores realizam as tarefas serve de ponto de partida para identificar possíveis pontos de melhoria nos produtos e serviços atualmente disponíveis.
O Canvas da Jornada do Cliente está estruturado para mapear o antes, durante e depois de um consumidor de serviços. Promove uma reflexão sobre as expectativas, experiências e o que traz satisfação para o consumidor do serviço.
Quando usar: na fase inicial do processo de inovação, para identificar pontos de fricção nas propostas vigentes que resolvem a tarefa do cliente.
2. Mapa de Empatia
Os insights são as matérias-primas das boas ideias. Entender o consumidor e buscar insightsque possam se transformar em boas ideias é fundamental para os empreendedores.
Um dos modelos de canvas que melhor organiza os insights relacionados ao comportamento do consumidor é o Mapa de Empatia. As técnicas de imersão, observação, desk research e entrevistas servem para gerar os dados que irão alimentar o Canvas. Como o próprio nome diz, é preciso se colocar no lugar do consumidor para entender o que ele sente, vê, ouve, pensa e faz. Tudo isso é muito valioso para identificar as dificuldades e ganhos esperados.
Quando usar: na fase inicial do processo de inovação, para buscar insights que irão apoiar na identificação de problemas relevantes dos consumidores que a startup pode resolver.
3. COCD Canvas
Talvez um dos maiores desafios para os empreendedores seja priorizar quais ideias serão implementadas, especialmente quando estamos falando de funcionalidades ou mesmo de novos produtos e serviços.
A matriz de tomada de decisão foi criada pelo Center for Development of Creative Thinking na Bélgica e tem dois eixos principais: originalidade e facilidade de implementação. Pode parecer simplista, mas para uma separação inicial ela é bastante útil. Nos projetos que participo na Innoscience, classificamos as ideias em bola (precisam rodar mais para ficarem boas), maçã (prontas e fáceis de implementar), osso (duro de roer) e estrela (aquelas realmente inovadoras).
Quando usar: após sessões de brainstorming para selecionar e priorizar ideias para implementação.
4. Canvas do Modelo de Negócios e Proposta de Valor
O Canvas do modelo de negócios foi a fonte de inspiração para praticamente todos os outros que estão nessa lista. Ficou famoso após a publicação do livro de Alexander Osterwalder chamado Business Model Generation, em 2010, e serve para estruturar os negócios sob 9 diferentes blocos complementares.
Percebendo a necessidade de aprofundar o conceito da construção da proposta de valor, o autor lançou em 2014 um Canvas específico para isso. O Canvas da Proposta de Valor apresenta os conceitos do job to be done, dores e ganhos esperados pelos segmentos alvo. É preciso que o produto ou serviço criado consiga resolver o “job” ou tarefa desejada pelo cliente, aliviando suas dores e/ou potencializando os ganhos esperados.
Quando usar: as duas ferramentas formam uma ótima dobradinha para a fase de estruturação das ideias e dos novos negócios.
5. Lean Startup Canvas
O Lean Startup Canvas, como o próprio nome diz, serve para modelar novos negócios utilizando a filosofia lean startup. Utilizar essa ferramenta é um exercício valioso para colocar na mesma tela o problema, a solução, a proposta de valor, early adopters e outros elementos importantes em uma startup, como custo de aquisição de clientes e life cicle value.
O autor combinou os conceitos de customer develop e lean startup. No Lean Startup Canvasforam trocados 4 blocos em relação ao Canvas do Modelo de Negócios – Parceiros, Atividades, Recursos e Relacionamento por: Problema, Solução, Indicadores e Barreira de Imitação.
Quando usar: o ideal é primeiro montar o Lean Startup Canvas e posteriormente o Canvas do Modelo de Negócios.
6. Canvas de Projeto
Para empreender um novo negócio de sucesso é preciso combinar criação, planejamento e execução. Depois da fase de validação, o conceito de negócio demanda uma série de ações para serem colocadas em prática.
O Canvas de Projeto é uma ótima ferramenta para organizar elementos básicos no planejamento de projetos, como escopo, milestones, stakeholders, riscos etc… Ele resume as principais deliberações da fase de planejamento. Existem diferentes modelos, mas todos eles garantem um exercício interessante para a equipe de projeto de uma startup.
Quando usar: na fase de planejamento da execução do projeto.
7. Scrum Board
A abordagem ágil de projetos ganhou muitos adeptos no universo startup. Inicialmente virou febre entre empresas de desenvolvimento de software mas hoje qualquer projeto pode ser executado seguindo essa filosofia.
Para empreendedores que não conhecem a metodologia do Scrum, vale a pena buscar leitura e treinamento a respeito pois os resultados são significativos. Em resumo, o objetivo é organizar a execução em ciclos chamados de Sprints e fazer com que a equipe se comprometa com a execução das tarefas planejadas. A cada Sprint, o time aumenta a velocidade de execução removendo barreiras e sobretudo validando o que foi construído com o cliente. Não há mais um planejamento sequenciado com entregas em períodos muito longos.
Uma das ferramentas fundamentais utilizadas é o Scrum Board. Seguindo a filosofia de gerenciamento à vista, nele é que são feitos o planejamento das tarefas e o acompanhamento da execução ao longo do Sprint. Basicamente o Scrum Board é dividido em objetivos, tarefas a fazer, em andamento e feitas (variações podem ser aplicadas e novas colunas incluídas).
Quando usar: para acelerar a execução das atividades de desenvolvimento do produto ou serviços da startup, sempre com o foco e visão do consumidor.
Cada um dos Canvas apresentados cumpre seu papel na estruturação e desenvolvimento de uma startup inovadora. É importante que os empreendedores possam dominar essas ferramentas para aumentar a taxa de sucesso e velocidade de crescimento de suas startups.”